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'Tá de sacanagem com a gente': súmula relata reclamação de cartola do Flamengo a árbitro e cartões a Tite e filho

A arbitragem esteve no centro da polêmica no empate em 1 a 1 entre Red Bull Bragantino e Flamengo, disputado na noite de sábado (04), pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro. Paulo Cesar Zanovelli da Silva, árbitro principal da partida no Estádio Nabi Abi Chedid, foi criticado por dirigentes rubro-negros pelas decisões em campo.

Marcos Braz e Bruno Spindel detonaram ainda a atuação de Daniel Nobre Bins, o responsável pelo VAR da partida. Na súmula oficial divulgada pela CBF, Paulo Cesar Zanovelli reportou a reclamação de Spindel ainda no campo de jogo após o apito final do empate em Bragança Paulista.

“Informo ainda que, após o término da partida, o diretor de futebol da equipe do Flamengo, Sr. Bruno Spindel, proferiu as seguintes palavras para a equipe de arbitragem: ‘Tá de sacanagem com a gente. Desde o jogo do Botafogo que o VAR prejudica a gente’”, escreveu o árbitro no documento.

A reclamação do cartola se referia aos dois lances de maior polêmica do jogo: o choque de De La Cruz com Pedro Henrique antes da expulsão de Luan Cândido e um possível pênalti em cima de Luiz Araújo.

A súmula de Paulo Cesar Zanovelli da Silva reportou ainda cartões amarelos para Matheus Bachi, filho e auxiliar de Tite, e para o treinador do Flamengo. Ambos foram punidos por “desaprovar com palavras ou gestos as decisões da arbitragem”.

Dirigentes do Flamengo detonaram arbitragem

Após a partida, Marcos Braz, vice presidente de futebol do Rubro-Negro e Bruno Spindel, diretor de futebol do clube, fizeram um pronunciamento onde detonaram a maneira com que a CBF está conduzindo a arbitragem no futebol brasileiro.

Na sala de imprensa do estádio, Braz chamou o árbitro Raphael Claus de ''frouxo'' por não ter dado cartão amarelo a Luiz Henrique na derrota para o Botafogo na 4ª rodada. Na ocasião, o atacante comemorou com a máscara de uma pantera. Para o dirigente, o jogador alvinegro deveria ter sido punido por isso.

"Contra o Botafogo em que perdemos o jogo, o jogador botou uma máscara dentro de campo na frente do juiz. O juiz frouxo sequer amarela. Ele deveria ter dado amarelo, mas esse 'deveria' não é interpretação, é regra. Na jogada subsequente, o mesmo jogador tomou amarelo. É estarrecedor o que está acontecendo. Está dando pena ver os árbitros, quem conhece de futebol... Pena! Estão pressionados, altamente com psicológico que dá até pena. O que eu vi no final do jogo hoje, dá pena. Eu nem quis falar muito. Eu falei para os árbitros que eles deveriam se unir e se posicionar sobre as acusações que estão sendo feitas. Eu falei isso, nem reclamei. Fiquei com pena de reclamar do jogo", disparou.

Além de reiterar a fala de Braz, Spindel foi além e criticou a CBF por punir os árbitros que têm boa atuação em jogos do Flamengo.

"O que aconteceu hoje aqui é uma vergonha, de dar raiva. Interferiu diretamente no resultado. A falta de critério é explícita. O medo dos árbitros quando apitam com o Flamengo é explícito. A CBF claramente passa uma mensagem: 'se for correto no jogo do Flamengo, vai para a geladeira'. Vou ser um pouco mais específico. Dois dias antes do primeiro jogo com o Atlético-GO, temos vídeos da comissão de arbitragem instruindo nossos atletas e a comissão técnica. Está gravado. Três instruções muito claras: uso de partes duras do corpo no rosto é falta e dependendo da intensidade é vermelho ou vermelho. O Maguinho acertou o cotovelo na cara do Bruno dentro da área e cortou a o lábio dele. Você dizer que isso não é falta dentro da comissão de arbitragem e do critério que está estabelecido?", questionou.

"O mais acintoso de todo, está escrito na regra, fazer uso de máscara ou qualquer outro adereço que cubra o rosto na comemoração, é cartão amarelo. Foi na frente do Daronco e do Claus. Eles estão acuados... E a mensagem da CBF para os árbitros, se ela foi intencional ou não, é muito clara: se for correto com o Flamengo, vai para a geladeira", completou.

Por fim, Braz encerrou o pronunciamento mandando um recado à CBF e, sem citar nomes, fez referência às denúncias de John Textor, dono da SAF do Botafogo, sobre manipulação no futebol.

"A mensagem está dada. Agora só quero saber e entender se quem grita mais é quem vai levar. Se for assim vamos começar a ir para outro caminho nessa relação do dia a dia com a CBF", reiterou.

O que aconteceu em Bragantino x Flamengo?

O Flamengo reclama das decisões do árbitro Paulo Cesar Zanovelli da Silva no empate em 1 a 1 com o Bragantino.

O Rubro-Negro não concorda com o fato do juiz ter tirado o cartão vermelho de Luan Cândido após sugestão do VAR, ainda na primeira etapa, e de o vídeo não ter chamado Zanovelli para analisar um possível pênalti em Luiz Araújo.

Em campo, Pedro Henrique abriu o placar para o Bragantino ainda na primeira etapa. No segundo tempo, Bruno Henrique deixou tudo igual.

Após a partida, Bruno Henrique também desabafou sobre a arbitragem.

"A gente não quer ficar falando de arbitragem, mas não tem como! Vão falar: 'Ah, é mimimi'. Contra o Flamengo é tudo é diferente. Há poucos dias, o Léo Pereira fez um pênalti e eles marcaram. Hoje, aqui, não foi falta naquele lance. Ele voltou no VAR e tirou o cartão vermelho. Agora no final, um lance duvidoso também. Ele não marcou, e o VAR não chamou. A gente não sabe qual é o critério que a arbitragem está fazendo no futebol. Semana passada não deram falta no Fabrício (Bruno contra o Botafogo). O futebol está cada vez pior. Eles colocaram profissionais para ajudar e os profissionais que estão vendo o jogo melhor do que quem está em campo, não conseguem fazer o simples".

"A gente viu que não foi falta. Teve ali uma jogada de corpo em que o Nico veio para frente e foi para trás e o zagueiro trombou no Nico. Seria falta no Nico, mas ele sustentou. A gente tinha a bola para fazer o gol e não teve a expulsão. Todo mundo viu dentro e fora de campo. Só o árbitro e o VAR que não viram", finalizou.

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