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ESPN Bola de Prata Sportingbet: Hulk lidera Atlético-MG no reencontro com Felipão e entra em panteão de Romário, Ronaldinho e Neymar

Hulk, do Atlético-MG, venceu o Bola de Prata para atacante Dalton Cara/Arte ESPN

O garoto Givanildo completou oito anos dias após Romário cumprir a promessa e erguer a taça da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Aos 16, o agora nem tão garoto, já em busca de espaço no futebol profissional, viu de muito longe Ronaldinho Gaúcho e Luiz Felipe Scolari levantarem o pentacampeonato mundial no Japão, em 2002.

Como qualquer jovem que sonhava em ser jogador de futebol, ele pensava: quero ser como esses caras um dia. O tempo passou, Givanildo cresceu, virou Hulk e hoje, mais de duas décadas depois, pode se orgulhar de ver seu nome lado a lado de grandes ídolos do futebol brasileiro, ao ganhar o prêmio Prêmio ESPN Bola de Prata Sportingbet pela quarta vez na carreira.

Bola de Prata, de Ouro e Artilheiro em 2021, quando foi o grande nome do campeão Atlético-MG, Hulk passou em branco na temporada seguinte e voltou com tudo em 2023, embora o ano não tenha sido dos mais fáceis. O trabalho do argentino Eduardo Coudet não rendeu os frutos imaginados, o que causou a troca de comando e a chegada de alguém que o camisa 7 tanto conhecia.

Luiz Felipe Scolari foi o técnico que deu a Hulk a oportunidade de ser titular da seleção brasileira em uma Copa. O sonho, todos sabem, virou pesadelo naquele 7 a 1 para a Alemanha, em pleno Mineirão, em resultado que praticamente acabou com a carreira daqueles jogadores com a camisa amarela. O curioso é que, quase dez anos depois, foi a mesma Belo Horizonte que os fez chorar e os uniu novamente para sorrir.

Antes de Felipão, Hulk não fazia um Brasileiro ruim, com cinco gols e duas assistências em nove jogos. Mas, a partir da chegada do veterano treinador, o camisa 7 virou a chave, sendo responsável por dez tentos e nove passes decisivos, a maioria deles para o parceiro de ataque Paulinho.

"Já trabalhei com diversos treinadores durante minha carreira. Cada um tinha suas características. Mas o Felipão, quem conhece sabe, ele é muito do bem, transmite muita sinceridade. Quando temos um chefe assim, que nos apoia, que não aponta o dedo quando estamos em dificuldade, nós queremos nos entregar ao máximo", elogiou o atacante, dividindo os méritos com o professor.

Como passou em branco contra o Bahia, na última rodada, Hulk fechou o Brasileirão com 26 participações em gol, igual ao do mágico ano de 2021 (19 gols e sete assistências). Assim, garantiu a merecida 4ª Bola de Prata da carreira, algo que, com a camisa do Galo, apenas Toninho Cerezo foi melhor, com cinco.

Se deixou até o "Rei" Reinaldo para trás, Hulk se iguala a estrelas do futebol nacional como Marcelinho Carioca, Dida, Gamarra, Edmundo, Neymar (seu companheiro de seleção na trágica Copa de 2014), Ronaldinho e Romário, com quem até já trocou farpas via imprensa no passado.

Em 2012, o Baixinho contestou a convocação de Hulk para os Jogos Olímpicos, ao dizer que o Brasil precisava levar para o torneio jogadores que causassem mais temor aos adversários. Hulk rebateu o eterno camisa 11 e exigiu respeito.

"O Romário é um cara que sempre admirei e sempre vou admirar e respeitar. Foi campeão do mundo, um cara que tem muitas coisas pela seleção brasileira. Da mesma forma que respeito, eu acho que também mereço ser respeitado. Ele é um cara que eu admiro e gosto muito. Então só peço respeito, assim como tenho respeito e orgulho dele", falou Hulk.

O respeito veio, assim como a Bola de Prata que coloca o atacante ainda mais na história do Atlético-MG.