Poder conhecer um ídolo é uma chance rara. Poder aprender e evoluir sob os conselhos desse ídolo é uma oportunidade quase impossível. Mas Mathías Villasanti esteve nessa posição e não desperdiçou. Absorveu tudo que pode de Francisco Arce, se transformou em campo com a camisa do Grêmio e é coroado agora com o Prêmio ESPN Bola de Prata Sportingbet como um dos melhores volantes do Brasileirão.
Arce tem tudo a ver com essa conquista.
Primeiro em um trabalho direto. O lendário lateral paraguaio foi treinador de Villasanti no Cerro Porteño. E transformou a vida do pupilo.
“Ele me fez uma pessoa melhor e um jogador melhor. Minha carreira tem um antes e um depois de Arce. Foi ele que me colocou no meu lugar”, disse o volante.
Vale lembrar: além de ídolo paraguaio, Arce também tem uma linda história no Grêmio, onde empilhou títulos como jogador entre 1995 e 1997.
O ex-lateral-direito também foi peça chave no acerto gremista com Villasanti ao dar boas informações do clube e de Porto Alegre ao jogador. E seguiu ajudando – e muito – mesmo quando o vínculo não era mais tão direto.
Foi Arce quem deu a dica a Roger Machado, então técnico do Grêmio, de recuar um pouco o jogador em campo e transformá-lo mais em um volante.
Na nova função, Villasanti deslanchou. E, curiosamente, passou a ser mais importante até ofensivamente.
Atuando com espaço por todo o meio-campo, o paraguaio participou de 10 gols no Brasileirão – seis assistências e quatro bolas nas redes.
Com isso, ele recoloca o Paraguai no meio-campo do Bola de Prata após quase 40 anos. O país fez tradição no prêmio com defensores (como Gustavo Gómez, Gamarra e o próprio Arce), mas não colocava um meio-campista na seleção do Brasileirão desde Romerito, em 1984.
O torcedor do Grêmio, mais uma vez, agradece a Arce. E só faz mais um pedido ao antigo ídolo: convença Villasanti a ficar muito mais tempo e dar mais alegrias aos tricolores!